quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Economia informal em ascensão no bairro Prado

Trabalhador não espera por oferta de emprego para trabalhar

Um dos mais tradicionais bairros de Belo Horizonte vem experimentando crescimento acelerado de um tipo de economia que ajuda não só os que a praticam, mas também ao consumidor que recebe maior oferta de produtos e opções de compra: a economia informal ou trabalho informal.

Para quem mora ou apenas frequenta o bairro Prado já encontrou as mais variadas opções de produtos sendo vendidos por ambulantes nas ruas. Lanches, doces, bebidas, CDs e DVDs, brinquedos, artesanatos e também serviços são oferecidos.

Muitos desses trabalhadores já possuíram emprego com carteira assinada e patrão. E na maioria dos casos ingressaram para o ramo informal após serem demitidos e/ou muito tempo sem conseguirem outra proposta de emprego. Outro fator que pode ter contribuído para o aumento da informalidade é o avanço da carga tributária que impulsionou empresas a trabalhar desta forma.

Independente do motivo que levou cada um desses cidadãos a buscar seu sustento, podemos concluir que o que não falta é criatividade para alguns.

Uma dessas personagens foi encontrada em frente a Faculdade Estácio de Sá, vendendo batata fritas e chips. Antônio Jucelino atua há cinco anos como trabalhador informal. Para trazer um diferencial ao seu produto, ele pega a matéria prima diretamente da fábrica – chips, batata frita, chips de bacon, costelinha, etc – e monta pacotes conforme o gosto e interesse de seu cliente. “A minha empresa é essa aqui. Eu compro grande quantidade, dividido em pacotes menores, tiro o rótulo. Então você economiza a embalagem.

Em qualquer lugar este produto custa R$ 2,80, aqui comigo custa apenas R$ 1,00!” conclui satisfeito Jucelino. Antônio conta que antes de se tornar ambulante, trabalhou 16 anos na FIAT na área de alimentação. Formado em Administração de empresas, afirma que ainda hoje aplica seus conhecimentos acadêmicos na sua atividade. Quando perguntado sobre o faturamento afirmou que, às vezes alcança a quantia de R$ 300,00 semanal e não possui concorrência com o tipo de serviço que oferece.

Milton Siqueira trabalha vigiando e lavando carros no bairro há 22 anos. Já trabalhou como porteiro em prédio na mesma rua em que hoje desenvolve sua atividade informal. Relata que em todos estes anos, construiu sua casa, sustentou a família, casou os filhos e já é até avô. E tudo com os recursos que obteve lavando carros. Tem um ajudante que é deficiênte físico que o mantêm como forma de ajudar o rapaz (confira logo abaixo vídeo da entrevista com Siqueira).

Todos entrevistados contam que a crise financeira também os afetou, mas é com bom humor que reagem a ela: "Não pode desanimar: se ficar o bixo pega, se correr o bixo come..." ironiza Milton.

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Assista a entrevista de Milton Siqueira, lavador de carros:



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